Rios e Riachos
O rio Limpopo começa na confluência dos rios Marico e Crocodilo, na Província de Limpopo da África do Sul e flui para o norte para formar a fronteira com o Botsuana, onde continua em arco em direcção este e junta-se ao rio Shashe, para formar a fronteira com o Zimbabué. Daqui, ele desce do Great Escarpment (Grande Escarpamento) e entra em Moçambique nas proximidades de Pafúri. Daqui o Limpopo passa o planalto costeiro e desagua na cidade de Xai-Xai no Oceano Índico.
O rio dos Elefantes nasce perto de Witbank, a este de Joanesburgo, correndo para este, através da parte austral da bacia, para se juntar ao rio Limpopo em Moçambique, logo depois da barragem de Massingir .
A bacia do rio Limpopo tem 24 tributários principais que estão listados no quadro abaixo; contudo, o relatório sobre a fase de âmbito para a realização do estudo conjunto da bacia do Limpopo (Joint Limpopo River Basin Study Scoping Phase Report) propõe uma subdivisão de 27 sub-bacias de tamanhos similares e geograficamente mais homogéneas.
As contribuições para o caudal global do rio Limpopo são de algum modo determinadas pela chuva. Estimativas da precipitação média anual por sub-bacia são apresentadas na página Padrões Climáticos da secção O Clima na Bacia. Contudo a maioria do fluxo superficial origina-se nas montanhas de Drakensberg e no planalto “Highveld” na África do Sul (Leira et al. 2002), alimentando os rios Crocodilo, Marico e Olifants.

Recursos de água superficial na bacia do rio Limpopo.
Fonte: Hatfield 2010
( clique para ampliar )
Tributários do rio Limpopo e seu escoamento anual médio (MAR).
País
|
Tributário
|
Área da Sub-bacia(km²)
|
Escoamento Natural(milhõesm³)
|
Escoamento Regulado
(milhõesm³)
|
Escoamento Unitário
(MAR regulado)
(mm)
|
África do Sul
|
Marico
|
13 208
|
172
|
50
|
3.8
|
África do Sul
|
Crocodilo
|
29 572
|
391
|
205
|
6.9
|
Botsuana
|
Notwane
|
1 853
|
55
|
24
|
1.4
|
África do Sul
|
Matlabas
|
3 448
|
382
|
21
|
6
|
África do Sul
|
Mokolo
|
7 616
|
|
117
|
15.4
|
Botsuana
|
Bonwapitse
|
9 904
|
15
|
15
|
1.5
|
Botsuana
|
Mahalapswe
|
3 385
|
13
|
13
|
3.9
|
África do Sul
|
Lephalala
|
4 868
|
150
|
99
|
20.3
|
Botsuana
|
Lotsane
|
9 748
|
62
|
62
|
6.4
|
Africa do Sul
|
Mogalakwena
|
20 248
|
269
|
79
|
3.9
|
Botsuana*
|
Motloutse
|
1 953
|
111
|
111
|
5.8
|
Total para a porção superior
|
|
139 103
|
1 620
|
796
|
5.7
|
Botsuana
|
Shashe
|
12 070
|
250
|
250
|
20.7
|
Botsuana
|
Outros
|
7 905
|
|
|
|
Zimbabué**
|
Shashe
|
18 991
|
462
|
462
|
24.3
|
Zimbabué**
|
Umzingwane
|
15 695
|
350
|
350
|
22.3
|
África do Sul
|
Sand
|
15 630
|
72
|
38
|
2.4
|
h África
|
Nzhelele
|
3 436
|
113
|
89
|
26
|
Zimbabué**
|
Bubi
|
8 140
|
53
|
53
|
6.5
|
Total para a porção Média
|
|
81 867
|
1 300
|
1242
|
15.2
|
África do Sul
|
Luvuvhu
|
4 826
|
520
|
492
|
102
|
Zimbabué**
|
Mwenezi
|
14 759
|
256
|
256
|
17.4
|
Zimbabué**
|
Outros
|
4 956
|
36
|
36
|
7.3
|
África do Sul
|
Rio dos Olifants
|
68 450
|
1 644
|
1233
|
18
|
África do Sul
|
Outros
|
13 996
|
2 352
|
|
|
Moçambique
|
Changane
|
43 000
|
|
|
|
Moçambique
|
Rio dos Olifants
|
1 550
|
|
|
|
Moçambique
|
Outros (p.ex. Lumane)
|
40 431
|
315
|
|
|
Total para porçãoInferior
|
|
151 537
|
5 123
|
2017
|
21.7
|
Total
|
|
412 938
|
8 043
|
4055
|
9.8
|
|
|
|
|
|
|
|
* O escoamento regulado mudará quando a utilização da barragem do Letsibogo aumenta.
** De acordo com Görgens e Boroto (1999) o escoamento médio anual (MAR) para Zimbabué é idêntico com o MAR regulado; de acordo com GOZ – MRRWD – DWD (1984) o escoamento médio concedido é o MAR natural.
Fontes: Görgens e Boroto (1999); GOSA–DWAF (1991); GOSA–DWAF (2003 a–d); GOB–MMRWA (1992); GOZ–MRRWD–DWD (1984); FAO (1997).
Fonte: FAO 2004
O escoamento estimado por sub-bacia é apresentado no mapa abaixa (esquerda).
Lagos
Como várias outras bacias na África Austral, não existem lagos naturais ou perenes dentro da bacia hidrográfica do rio Limpopo.
Barragens
Há inúmeras barragens de várias dimensões distribuídas na bacia do rio, com uma variedade de funções. O mapa abaixo (a esquerda) mostra a localização destas barragens.
Enquanto há algumas relacionadas com a produção de energia hidroeléctrica, todas as barragens localizadas dentro da bacia hidrográfica do rio Limpopo são utilizadas para armazenagem de água, uso doméstico, agricultura e indústria (mineração). A distribuição das barragens através da bacia do rio Limpopo, é ilustrada no mapa abaixo (a direita).
 Estimativa da média anual do escoamento superficial natural (mm/ano). Fonte: LBPTC 2010 ( clique para ampliar )
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 Distribuição das barragens na bacia hidrográfica do rio Limpopo. Fonte: FAO; DWA 2010. ( clique para ampliar )
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Pans e Vleis
Na geologia uma pan (palavra inglês para “panela”) é uma depressão na qual a água é recolhidaquando a superfície do solo fica saturada, normalmente na sequência de fortes chuvas. As “pans” se formam quando o nível freático está próximo da superfície, com a água dissipando através da evaporação, ao invés de escorrer para o leito de um riacho ou rio, mas esta possibilidade não está excluída.
Vleis são tipos de pântanos ou pantanais,normalmente com características mais permanentes, em áreas onde o nível freático é mais frequente econsistentemente próximo da superfície. A distribuição dos pantanais na bacia hidrográfica do rio Limpopo é discutida em mais detalhes na secção Terras Húmidas do capítulo Ecologia e Biodiversidade.
Monitorização da Água Superficial
Cada país da bacia do rio Limpopo tem os seus próprios procedimentos e infra-estruturas de monitorização da água superficial, que variam em grau,extensão e tempo mas seguem métodos similares (LBPTC 2010). Contudo, o programa de monitorização através de estacões hidrométricas da SADC, conhecido como SADC HYCOS (Hydrological Cycle Observation System), temsido instalado para facilitar a recolha e partilha de informaçãohidrológica regional.
A monitorização da água superficial nacional e o programa SADC HYCOS são discutidos em mais detalhe na página Sistemas Existentes do capítulo Monitorização dos Recursos no tema Gestão dos Recursos Hídricos.